Medicamentos que vêm da cannabis são alvo de pesquisa intensa ( UOL )

16/04/20 

Jornalista: Maria Guimarães, da Pesquisa FAPESP

Certas epilepsias não respondem aos medicamentos existentes, submetendo crianças e adultos a uma sucessão de episódios convulsivos que impedem o desenvolvimento e uma vida normais. Para esses casos, o uso de CBD (canabidiol) – substância produzida pela planta Cannabis sativa – está se tornando uma realidade cada vez mais disseminada no mundo.

Uma série de outras possibilidades de uso terapêutico desse composto e outros originados da maconha, os canabinoides, ainda são menos fundamentados e recebem crescente atenção de pesquisadores. É o caso de dor crônica de várias origens, ansiedade, estresse pós-traumático, autismo, Alzheimer, esquizofrenia, entre outros males para os quais as farmácias oferecem ajuda limitada.

Resultados de pesquisas internacionais, publicados em artigos científicos, corroboram a utilidade do canabidiol como adjuvante em tratamentos de epilepsia, de acordo com revisão publicada em 2018 na revista Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, pelo grupo da epidemiologista australiana Louisa Degenhardt, do Centro de Pesquisa Nacional em Drogas e Álcool, em Sydney.

Em outra revisão, publicada em dezembro de 2019 na Lancet Psychiatry, ela alerta para a escassez de dados convincentes que justifiquem o uso disseminado de canabinoides para depressão, ansiedade, psicose e outros distúrbios psiquiátricos. A meta-análise que seu grupo fez, no entanto, incluiu tanto estudos investigando o uso da planta inteira quanto de compostos isolados, chegando a uma predominância de THC enquanto princípio ativo. As conclusões frisam a necessidade de mais estudos.

Alguns dos estudos citados nas revisões foram feitos na USP, que marca forte presença nos trabalhos com canabidiol – os pesquisadores brasileiros não têm acesso ao THC. De acordo com a plataforma Web of Science, a instituição paulista responde por cerca de 7% da produção científica mundial, seguida por centros em Israel, no Reino Unido e nos Estados Unidos.

A liderança se deve sobretudo à atividade dos grupos dos psiquiatras Antonio Zuardi, José Alexandre Crippa e Jaime Hallak, e do médico farmacologista Francisco Silveira Guimarães, todos do campus de USP-RP (Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).

Além de ser um foco de pesquisa, a possibilidade de contribuir para uma série de tratamentos tem tornado as menções na mídia mais e mais frequentes em anos recentes. Em alguns países, como parte dos Estados Unidos, Uruguai e Canadá, a medida adotada foi liberar o uso medicinal da maconha – por vezes a própria erva a ser fumada -, uma decisão controversa.

No Brasil esse caminho não está no horizonte. O que se propõe é o uso do canabidiol, a substância canabinoide destacada por ter efeitos terapêuticos. “Ações como a marcha da maconha têm um efeito pequeno”, pondera Antonio Zuardi. “A indústria percebeu que há um mercado, e essa pressão é muito mais forte.”

Em março, entrou em vigor a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovada em dezembro, que permitirá a fabricação no Brasil de medicamentos com predominância de canabidiol como princípio ativo, em duas categorias quanto ao teor deT HC (tetra-hidrocanabidiol) em sua composição (no máximo 0,2%, e mais de 0,2%), e sua venda em farmácias.

Os produtos com maior concentração de THC devem ser destinados apenas a pacientes com cuidados paliativos ou que sejam refratários a outras medicações ou doses. O THC é a substância responsável pelos efeitos psicotrópicos da maconha (que alteram a consciência) e, por isso, considerada mais perigosa.

As autorizações continuarão a ser concedidas, como já acontece hoje, para uso compassivo – quando não há medicação eficaz. A denominação oficial “produtos à base de cannabis” significa que ainda não seriam considerados medicamentos, mas a mudança permitiria à indústria farmacêutica disponibilizar novos produtos nas farmácias em caráter provisório.

Apenas no primeiro trimestre de 2019 o número de pedidos de autorização para a importação de fármacos à base de cannabis ultrapassou 6 mil. Estima-se um crescimento rápido desse mercado se houver produção nacional, embora os compostos não sejam a solução para tudo e todos como as movimentações comerciais podem fazer crer.

Apenas um medicamento é vendido no Brasil, curiosamente com um teor de THC equivalente ao de canabidiol. É o Mevatyl, autorizado pela Anvisa em 2017 para o controle de espasmos causados pela esclerose múltipla e produzido pela britânica GW Pharmaceuticals, líder no mercado internacional. Embora tenha caído, o custo do tratamento ainda é alto e pode ficar por volta de R$ 1,5 mil por frasco de 30 mililitros, que dura cerca de um mês conforme o caso. Com o nome de Sativex, o mesmo medicamento está autorizado em 28 países, que não incluem os Estados Unidos.

Zuardi estima que os primeiros fármacos brasileiros a chegarem ao mercado serão anticonvulsivantes para uso conjugado com outros remédios em síndromes epiléticas resistentes à medicação. “Sendo otimista, ainda neste ano”, prevê.

Rumo à clínica
O grupo de Ribeirão Preto está envolvido na linha de frente da pesquisa que pode conduzir ao desenvolvimento de um novo medicamento com canabidiol como princípio ativo e acaba de encerrar um ensaio clínico que envolveu 15 crianças e adolescentes entre 2 e 18 anos, com uma diversidade de síndromes epiléticas. Os dados ainda estão em análise, mas Zuardi adianta: “Os resultados foram excelentes”. De acordo com o pesquisador, em 60% dos pacientes as crises caíram pelo menos à metade, 40% dos quais ficaram livres de convulsões. A redução nas crises foi menor nos outros 40% dos pacientes e uma dessas crianças ficou sem nenhum benefício.

Não é suficiente, o psiquiatra admite. Foi um estudo aberto, no qual todos sabem o tratamento que as crianças recebem. “O canabidiol tem muita fama, e só por saberem que estão recebendo essa medicação as famílias já fazem todo o tratamento com mais cuidado”, conta. Resultados confiáveis vêm apenas com o ensaio duplo-cego, em que nem as famílias nem os pesquisadores sabem quais pacientes são medicados e quais recebem uma substância inócua, o placebo. “Esse estudo está em andamento e temos metade dos dados coletados, devemos terminar em meados do ano”, prevê.

Ante a dificuldade de obter o fármaco necessário em quantidade suficiente para os testes, o grupo de Ribeirão Preto firmou convênio com o laboratório farmacêutico Prati-Donaduzzi, que tem interesse em desenvolver medicamentos para entrar nesse mercado. O teste concluído agora foi proposto em 2014, mesmo ano em que o laboratório GW registrou um estudo com o mesmo intuito no site clinicaltrials.gov – repositório internacional oficial para esses testes. A empresa avançou nos testes e em 2018 lançou o Epidiolex, contra epilepsia, o primeiro medicamento cujo princípio ativo é quase unicamente o canabidiol aprovado para venda nos Estados Unidos. O ensaio brasileiro começou apenas em 2018, quando recebeu autorização da Anvisa: se der certo, o medicamento a ser produzido terá quase exclusivamente CBD como princípio ativo, mas dissolvido em veículos diferentes em relação ao similar britânico.

Via de mão dupla
Os estudos brasileiros na área vêm de longa data. Em 1990 Guimarães, que poucos anos antes terminara o doutorado sob orientação de Zuardi, publicou um artigo na revista Psychopharmacology descrevendo os resultados do uso do labirinto em cruz elevado, um modelo de ansiedade, em ratos. O experimento mostrava que o canabidiol era eficiente como ansiolítico para esses animais, mas apenas em doses médias. Nas doses mais altas testadas, o efeito se perdia – o que explicaria resultados anteriores, de outros grupos, de que o composto não era adequado contra a ansiedade.

Como parte da repercussão, em 1991 Guimarães recebeu uma carta datilografada do bioquímico búlgaro-israelense Raphael Mechoulam, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, o primeiro a elucidar as estruturas químicas do CBD e do THC e por isso uma referência na área. Ele propunha que Guimarães testasse os efeitos de modificações na estrutura molecular do CBD.
Os resultados, publicados em 1994 na revista General Pharmacology, mostraram que algumas das formas modificadas do CBD (batizadas com o prefixo HU, de Hebrew University) eram tão eficazes quanto o canabidiol natural nos ratos que exploravam o labirinto em cruz: moléculas artificialmente alteradas nem sempre funcionam bem. Os resultados, somados a outros que se seguiram, fortaleceram a colaboração entre o grupo de Mechoulam e o da USP-RP.

Um fruto mais recente é o desenvolvimento – e teste – de compostos modificados do CBD com a adição de flúor em diferentes posições da molécula. A maior potência de um deles, quando comparado ao CBD natural, rendeu uma patente aos grupos israelense e brasileiro, recentemente adquirida por uma empresa norte-americana, a Phytecs Pharm, com o intuito de desenvolver medicamentos dermatológicos.

Os grupos de Zuardi e de Guimarães trabalham em estreita colaboração no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM), coordenado por Jaime Hallak e José Alexandre Crippa. A medicina translacional visa usar experimentos feitos em animais para direcionar ensaios clínicos, e no outro sentido voltar aos modelos animais para investigar a fundo os mecanismos por trás de observações feitas nos pacientes – formando uma via de mão dupla.

“A transposição entre modelo e ser humano não é direta, mas fornece informações importantes para estudos clínicos, como os caminhos e a segurança da droga”, afirma Zuardi. “Se há um efeito consistente da droga sem dano aos animais, consideramos testar em seres humanos.”

Com base no funcionamento do sistema endocanabinoide, ele é categórico sobre o potencial de saírem medicamentos importantes dessas pesquisas. O psiquiatra explica que o cérebro tem mais receptores para canabinoides do que para neurotransmissores reconhecidos como centrais em seu funcionamento.

Todas as regiões do sistema nervoso são repletas desses receptores, que cumprem um papel modulatório. “Se existe um sistema tão importante, as drogas que interferem nele podem tanto causar doenças como atenuá-las”, diz Zuardi. “O canabidiol é como uma Disneylândia para farmacologistas”, brinca Guimarães. “Já foram descritos mais de 60 alvos em estudos in vitro, mas ainda não se sabe com certeza como a molécula atua nesses receptores.” Na planta Cannabis sativa, já se conhece mais de 100 canabinoides, embora a esmagadora maioria ainda seja obscura quanto a seus efeitos e ação nos receptores animais.

Gostou da notícia? Compartilhe com um colega!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

MSc. Daniel César Nunes Cardoso

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)

Possui graduação e mestrado em Farmácia pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente é Chefe de Divisão de Patrimônio Genético no Ministério da Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Fitoterapia, atuando principalmente nos seguintes temas: fitoterapia, plantas medicinais, etnofarmacologia e políticas públicas de saúde.

Dra. Joelle de Melo Turnes

ABIFISA

Possui graduação em Farmácia e doutorado em Farmacologia, pela UFPR, realizando parte do doutorado na Universidade do Arizona (EUA). Possui experiência em fitoquímica e pesquisa clínica. Atualmente, é analista técnica na ABIFISA, atuando na área de regulamentação de fitoterápicos e suplementos alimentares desde 2022.

Nilice Maria Gabardo

ABIFISA

Farmacêutica, graduada em Farmácia Industrial pela UFPR. Pós-graduação em Gestão de Projetos na FAE. Possui experiência na área de fitoterápicos e suplementos alimentares desde 2001, trabalhando na ABIFISA.

MSc. João Paulo Silvério Perfeito

Anvisa

Graduado em Ciências Farmacêuticas, com habilitação em Farmácia Clínica e Industrial, e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Possui especialização em Gestão Industrial Farmacêutica e em Vigilância Sanitária. É Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Anvisa desde 2007, membro do comitê gestor da Cooperação Reguladora Internacional para Medicamentos Fitoterápicos (IRCH) da Organização Mundial da Saúde (OMS), e, desde 2016, atua como gerente da área de registro de medicamentos específicos, fitoterápicos, dinamizados, notificados e gases medicinais da Anvisa.

MSc Katia Regina Torres

Consultora em Práticas Integrativas e Complementares

Mestre em Saúde Pública pela ENSP/Fiocruz (2013). Farmacêutica industrial pela UFPR (1986). Especializações em Gestão da Assistência Farmacêutica (2016), Gestão Pública (2009) e Ciências Farmacêuticas (1995). Consultora técnica do Ministério da Saúde (2007-2020). Bolsista Fiocruz Brasília (2020-atual). Consultora em Práticas Integrativas e Complementares.

MSc. Luzia Franco Toschi

ABIFISA/Herbarium

Farmacêutica e Mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFPR, com MBA em Projetos pela EBS. Atua há 19 anos em P&D de medicamentos fitoterápicos e suplementos alimentares. Com a carreira iniciada na área analítica, já liderou equipes de desenvolvimento farmacotécnico, desenvolvimento e validação de métodos analíticos, estabilidade, controle de qualidade, assuntos regulatórios e documentação técnica, tanto de produtos inovadores quanto de melhoria de produtos em linha. É Coordenadora do Grupo Técnico de Fitoterápicos na Abifisa e participa ativamente de discussões sobre a regulamentação de Medicamentos Fitoterápicos e Suplementos Alimentares, junto à Anvisa. Integrou o Comitê de Farmacognosia da Farmacopeia Brasileira como representante do setor regulado.

Laerte Dall ´Agnol

ABIFISA/Dall Phytolab

Farmacêutica Bioquímica Industrial com 30 anos de experiência na área de Produtos Naturais e Fitoterápicos Especialista em Controle de qualidade de Produtos Naturais pela UFPR e Autora do Manual de Qualificação de Fornecedores de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares. Palestrante nacional e internacional sobre temas relacionados à fitoterapia com trabalhos científicos publicados. Atualmente é CEO da empresa Dall Phytolab AS e diretora da ABIFISA.

Dr. Ilio Montanari Júnior

Unicamp

Possui graduação em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1985), especialização em cultivo de plantas medicinais pela Universidade Justus-Liebig (Alemanha) (1993-1994), mestrado em Melhoramento Genético Vegetal pelo Instituto Agronômico de Campinas (2005) e doutorado em Melhoramento Genético de Plantas Hortícolas pela Universidade Estadual Paulista (2011). Desde 1992 é pesquisador do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Universidade Estadual de Campinas (CPQBA – UNICAMP) onde coordena a equipe de campo na produção de mudas em viveiro, na instalação e condução de experimentos agrícolas e na manutenção do campo experimental. Possui vasta vivência em agronomia, com ênfase em melhoramento de plantas, atuando principalmente no cultivo, na domesticação e no melhoramento de plantas medicinais. Tem experiência no planejamento de delineamentos experimentais, na instalação e condução dos experimentos, e na interpretação estatística dos resultados de experimentos agrícolas. É o melhorista responsável pelo desenvolvimento das duas primeiras cultivares de uma planta medicinal brasileira, a cultivar CPQBA 1 (carqueja, Baccharis trimera) e a cultivar CPQBA 2 (macelinha, Achyrocline satureioides). Trabalhou na implantação da fazenda Solana Agropecuária, pertencente à empresa farmacêutica Boehringer-Ingelheim, do cultivo de Duboisia myoporoides, planta utilizada pela empresa na produção do medicamento Buscopan®. Participou do projeto de desenvolvimento do primeiro fitotérápico brasileiro (Achéflan®) produzido a partir da espécie erva baleeira (Cordia verbenacea). De 2017 a 2021 foi consultor de cultivo na Entourage Phytolab, uma startup que desenvolve medicamentos a partir de Cannabis sativa. É colaborador em projetos com várias Universidades e Instituições de pesquisa (UNICAMP, EMBRAPA, IAC, UFRGS, UFSC, UFOPA, CATI). É curador da Coleção de Plantas Medicinais e Aromáticas do CPQBA-Unicamp, coleção com mais de 500 espécies e que tem como finalidades a preservação, a pesquisa, programas educacionais e disseminação de coleções. É autor de 25 trabalhos científicos publicados em revistas indexadas. Publicou 2 livros e 3 capítulos de livros. É consultor/assessor de projetos privados e consultor ad hoc para projetos científicos. É revisor de artigos em revistas científicas. Participou de comitês científicos e organizadores de congressos científicos. Possui seis prêmios científicos.

Dra. Mara Rejane Ritter

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas, mestrado em Botânica, doutorado em Botânica pela UFRGS, e pós-doutorado pela UFPE. Atualmente é professora titular do departamento de Botânica, Instituto de Biociências na UFRGS, onde é curadora do Herbário ICN. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia de Fanerógamos atuando principalmente com a família Asteraceae e o gênero Mikania, plantas medicinais e etnobotânica.

Dra. Cristiane Loiva Reichert

Secretaria de Saúde do município de Toledo-PR (SMS Toledo/PR)

Farmacêutica pela Universidade Paranaense (2008), Mestre em Farmacologia de Produtos Naturais pela Universidade Federal de Santa Catarina (2011) e doutora em Ciências Farmacêuticas, na área de Produtos Naturais, pela Universidade Federal do Paraná (2018). Trabalhou em Indústria Farmacêutica nas áreas de P&D, produção de medicamentos e controle de qualidade. Atualmente atua como farmacêutica comunitária pela Prefeitura do Município de Toledo-PR.

Dr. Roberto Fontes Vieira

Embrapa

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (1984), mestrado em Botânica pela Universidade Federal do Paraná (1989) e doutorado em Horticultura – Purdue University, USA (1999). Realizou pós-doutorado no Royal Botanic Garden – Kew (2003) e na Università di Torino (2013/2014). Atualmente é pesquisador A da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Atuou como vice-líder da Rede Nacional de Recursos Genéticos Vegetais e participou do Grupo de Trabalho Interministerial que assessora o Comitê Nacional do Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicos representando o Ministério da Agricultura.

Diretora Cleila Guimarães Pimenta Bósio

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)

Profissional com mais de 20 anos atuando na área da saúde/indústria farmacêutica. Possui experiência em gestão de projetos, em assuntos regulatórios/vigilância sanitária e em assuntos governamentais. Destaca-se a experiência na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que lhe permitiram compreender a Cadeia Produtiva Farmacêutica, o ecossistema de inovação da indústria da saúde, bem como a prática regulatória sanitária envolvida no processo de medicamentos e produtos biológicos. Na ABDI, foi líder de projetos voltados para o desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde; e para a difusão de tecnologias de fronteira, tais como Biotecnologia, Nanotecnologia e Terapias Avançadas (Terapia Gênica, Terapia Celular e Bioengenharia de Tecidos). Coordenou o Projeto de implantação da Plataforma Elearning de Desenvolvimento de Profissionais em Pesquisa Clínica em parceria com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). Esta plataforma está disponível no link https://abdi.sindusfarma.org.br/. Também na área de Pesquisa Clínica, atuou no Projeto Ebserh/Unesco para Fortalecimento do papel institucional da Ebserh no gerenciamento dos Centros de Pesquisa Clínica dos Hospitais Universitários. Em diferentes momentos, atuou como consultora técnica na ANVISA propondo critérios e regras para o compartilhamento de área produtiva de produtos para a saúde com outros produtos; monitorou e avaliou o Projeto de Criação da Rede Nacional de Especialista em Terapias Avançadas; contribuiu para a consolidação das teses contidas nas ementas dos votos de processos administrativos e apoiou a construção do banco de jurisprudência da Anvisa; analisou estudos de bioequivalência e auditou Centros de Bioequivalência nacionais e internacionais, verificando o cumprimento das Boas Prática Clínicas e das Boas Práticas de Laboratório. Além disso, analisou processos de registros (dossiês) de biomedicamentos e liberou licenças de importações desses produtos.

Dr. Salvador Cañigueral

Facultat de Farmàcia i Ciències de l’Alimentació, Universitat de Barcelona (Spain)

Salvador Cañigueral obteve seu doutorado em Farmácia com louvor, pela Universidade de Barcelona. Desde 1987, atua como Professor de Farmacognosia e Fitoterapia na Faculdade de Farmácia e Ciências Alimentares da Universidade de Barcelona. Sua pesquisa aborda a química e atividade biológica de plantas medicinais, especialmente da Espanha e América Latina, além do desenvolvimento de métodos para controle de qualidade de drogas vegetais e preparações para produtos medicinais, suplementos dietéticos, alimentos e cosméticos. Publicou mais de 120 artigos de pesquisa, principalmente em revistas internacionais, além de mais de 30 artigos profissionais. Além disso, apresentou mais de 300 contribuições em congressos. É autor ou editor de 7 livros e 15 capítulos de livros sobre plantas medicinais e Fitoterapia. É membro efetivo da Real Academia de Farmácia da Catalunha, membro fundador e presidente da Sociedade Espanhola de Fitoterapia (SEFIT). Membro fundador da Associação HPTLC e, desde 2018, membro de seu conselho, além de presidente do conselho consultivo. No passado, também integrou os conselhos de outras associações internacionais, como o Conselho Internacional de Plantas Medicinais e Aromáticas (ICMAP), a Cooperativa Científica Europeia em Fitoterapia (ESCOP) e a Sociedade de Pesquisa em Plantas Medicinais e Produtos Naturais (GA). Foi examinador externo da Escola de Farmácia do Trinity College Dublin (Irlanda). Foi presidente do grupo de Fitoterapia da Farmacopeia Nacional Espanhola e do grupo de Fitoterapia da Farmacopeia Espanhola e é atualmente presidente da Comissão da Farmacopeia Espanhola. Desde 1998, colabora com a Farmacopeia Europeia (Ph. Eur.) como membro/presidente de vários grupos de especialistas, incluindo os grupos 13A e 13B, sobre drogas e preparações vegetais, o grupo de trabalho EXT (sobre extratos) e o grupo de trabalho sobre Regras de Procedimento (ROP). Foi vice-presidente e é o atual presidente da Comissão da Farmacopeia Europeia.

Dr. José Angelo Silveira Zuanazzi

Farmacopeia Brasileira (FB)

Graduado em Farmácia pela UFRGS (1981-1986) concluiu Mestrado em Ciências Farmacêuticas também nessa Universidade (1988-1990) e Doutorado junto à Faculdade de Farmácia na Université Paris 5 René Descartes (1990-1994). Foi professor da primeira turma da Faculdade de Farmácia na PUCRS (1996-1997), então responsável pelas disciplinas de Farmacognosia e Farmacognosia Aplicada. Atualmente exerce o cargo de Professor Titular em regime de Dedicação Exclusiva junto à Faculdade de Farmácia (UFRGS), lotado desde 1997, tendo sido regente da disciplina de Análise Espectroscópica de Fármacos até 2011 e atualmente regente da disciplina de Farmacognosia ambas do curso de graduação. Junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (UFRGS) é responsável por quatro disciplinas: Métodos Cromatográficos Aplicados, Cromatografia Líquida Aplicada, Polifenóis e Alcaloides. Possui experiência nas áreas de Farmacognosia e Química de Produtos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos Químicos e Biológicos com Alcaloides de Amaryllidaceae de ocorrência no Brasil e de Polifenóis em Leguminosae (Fabaceae) e alguns trabalhos com plantas das famílias Asteraceae, Rosaceae, Moraceae, Loranthaceae, Linaceae e principalmente Verbenaceae. Também desenvolveu pesquisas com alimentação funcional, com plantas do gênero Prunus. Na área administrativa, foi Chefe-Substituto do Departamento de Produção de Matéria-Prima (FacFar/ UFRGS) de 1999 a 2001, eleito Chefe do mesmo Departamento de 2001 a 2003 e reeleito para o biênio 2003-2005. Foi membro da Câmara de Pós-Graduação da UFRGS (1998-2000), membro da Comissão de Pesquisa da FacFar / UFRGS (1998-2000) e membro da Comissão do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (UFRGS) (Mandato 2001-2002; reeleito para 2003-2004 e novamente eleito para mandato de 2022-2024). Eleito para o cargo de Vice-Diretor da Faculdade de Farmácia /UFRGS (Mandato 2004-2008) e reeleito para o período 2008- 2012. Foi nomeado Diretor da Faculdade de Farmácia “pro tempore” de 07/2011 a 10/2011. Eleito Diretor da Faculdade de Farmácia (UFRGS) para o período 10/2011 a 10/2015 e reeleito para o mesmo cargo de 10/2015 a 10/2019. Nomeado Superintendente de Infraestrutura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul de 17/01/2020 a 21/09/2020. Participa como inventor em três pedidos de patente de invenção depositados no Brasil, sendo uma licenciada. Em 4 de dezembro de 2020, ingressou na Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil / Academia Nacional de Farmácia, ocupando a cadeira de número 101. Publicou 104 artigos científicos e 12 capítulos de livros, orientou 18 Dissertações de Mestrado, 11 Teses de Doutorado, 10 Pós-Docs e dezenas de alunos em Iniciação Científica.

Dr. Fabio Carmona

Farmácia Viva/USP - Ribeirão Preto

Médico formado pela UFMT (1998), residência médica em Pediatria (2001) no HCFMRP-USP, Mestrado (2006), Doutorado (2009) e Livre-Docência (2017) pela FMRP-USP, e Pós-Doutorado pelo Children’s Hospital Boston da Universidade de Harvard (2011). Atualmente é Professor Associado da FMRP-USP, junto ao Departamento de Puericultura e Pediatria. Desde 2008 anos atua na Farmácia da Natureza, que é uma Farmácia Viva do SUS, possui mais de 400 espécies medicinais em seu horto, e produz mais de 200 tipos de fitoterápicos, entre tinturas, cápsulas, extratos fluidos, cremes, pomadas e outros, que são dispensados gratuitamente. É responsável técnico pelo Ambulatório Fitoterápico da Farmácia da Natureza, que oferece gratuitamente consultas médicas e prescrição de fitoterápicos. Coordena disciplinas na área de fitoterapia para o curso de Medicina da FMRP-USP e coordena o programa Fitoterapia USP, que oferece formação na área para profissionais de saúde desde 2013. Conduz pesquisas pré-clínicas e clínicas nas áreas de plantas medicinais, fitoterápicos, nutrição da criança e do adolescente, com financiamento pelo CNPq e pela FAPESP, envolvendo alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Dr. Gustavo Bertol

Dall Phytolab

Doutor em Ciências Farmacêuticas pela UFPR, tem graduação em Farmácia com habilitação em Indústria pela mesma instituição. Especialista em Gestão da Qualidade, possui 20 anos de experiência na área de plantas medicinais, fitoterápicos e indústria farmacêutica, tendo atuado como pesquisador de desenvolvimento analítico e coordenador de CQ na indústria por 11 anos. Atualmente é Gerente Técnico na DALL PhytoLab S.A., sendo responsável pelo gerenciamento dos sistemas de gestão da qualidade e projetos da empresa. Possui experiência na área de química analítica, com ênfase em métodos cromatográficos e espectrométricos, desenvolvimento e validação de métodos analíticos e pesquisa clínica com plantas medicinais, além de competências em gerenciamento de projetos, gestão da qualidade, acreditação de laboratórios na norma ISO17025:2017, habilitação de laboratório segundo RDC 390/2020 e gestão de pessoas. É palestrante em cursos na área de Controle de Qualidade e Garantia da Qualidade, com participação em Universidades, Laboratórios públicos, Laboratórios privados e Indústrias farmacêuticas. Doutor em Ciências Farmacêuticas pela UFPR, tem graduação em Farmácia. Especialista em Gestão da Qualidade, possui 20 anos de experiência na área de plantas medicinais, fitoterápicos e indústria farmacêutica, tendo atuado como pesquisador de desenvolvimento analítico e coordenador de CQ na indústria por 11 anos. Atualmente é Gerente Técnico na DALL PhytoLab S.A., sendo responsável pelo gerenciamento dos sistemas de gestão da qualidade e projetos da empresa. Possui experiência na área de química analítica, com ênfase em métodos cromatográficos e espectrométricos, desenvolvimento e validação de métodos analíticos e pesquisa clínica com plantas medicinais.

MSc. Victor Carlos Doneida

Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF)/Ministério da Saúde (MS)

Graduado em Farmácia Bioquímica pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araraquara, com ênfase em Fármacos e Medicamentos. MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e mestrado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. Atualmente trabalha como consultor na equipe gestora da Polícia Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde CGAFB/DAF/SECTICS/MS. Desde 2014 é farmacêutico colaborador na Farmácia da Natureza, Farmácia Viva de Jardinópolis, SP. Tem experiência em fitoterapia, com ênfase em políticas, gestão, produção de droga vegetal e chás medicinais. Experiência de 15 anos em multinacionais farmacêuticas nas áreas de treinamento técnico, vendas e departamento médico (Medical Affairs).

Dra. Ana Cecília Bezerra Carvalho

Anvisa

Farmacêutica, com especialização em Saúde Internacional e Vigilância Sanitária, mestrado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos e doutorado em Ciências da Saúde. Atualmente é especialista em regulação e vigilância sanitária da ANVISA, membro do Comitê Técnico Temático de Plantas Medicinais da Farmacopeia Brasileira e ponto focal no Brasil na área de Fitoterápicos da Organização Mundial da Saúde.

Dr. Euclides Lara Cardoso Júnior

ABIFISA/Sustentec

Possui graduação em Farmácia e Bioquímica – Universidade Estadual de Ponta Grossa (1986), graduação em Agronomia – Universidade Federal de Lavras (1994), mestrado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos – Universidade Federal da Paraíba (1998), doutorado em Agronomia – Produção Vegetal – Universidade Estadual de Maringá (2006), MBA em Gestão Estratégica de Tecnologia e Inovação – Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2010) e pós-doutorado no Institut National de la Recherche Agronomique – Clermont Ferrand – França (2013). Atualmente é Membro Efetivo do Grupo de Trabalho de Cannabis do Conselho Federal de Farmácia; Membro do Comitê Técnico Temático de Plantas Medicinais da Farmacopeia Brasileira. Presidente da SUSTENTEC – Produtores Associados (OSCIP). Tem experiência na área de Fitoquímica e Fitoterapia, atuando principalmente nos seguintes temas: plantas medicinais, fitoterapia, desenvolvimento de fitoterápicos. Desenvolve projetos e consultoria na cadeia produtiva de plantas medicinais, erva-mate e no desenvolvimento de fitoterápicos.

MSc. Anny Trentini

ABIFISA/FQM

Graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria (1985), pós-graduada em Gestão de Pessoas PUC/PR, especialista em Administração – desenvolvimento gerencial pela FAE/PR e gestão de empresas; Mestre em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) na área de inovação; Mestre em “Nutrición, Salud e Interacciones Alimento-Medicamento” pela Universitat de Barcelona. Atualmente diretora de PDI do Grupo FQM – empresas do Grupo Roemmers. Experiência na Indústria farmacêutica com ênfase em gestão de projetos de novos produtos, em especial fitoterápicos.

Gislaine Beni Gutierrez

ABIFISA/Herbarium

Farmacêutica, graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Paraná Especialista em Qualidade, Segurança e Eficácia de Fitoterápicos pela Universidade de Barcelona, gestão de Projetos pela FAE Business School. Atuante na Indústria Farmacêutica e de Suplementos Alimentares desde 2002, sendo atualmente Presidente do Conselho Diretivo da Abifisa e Responsável Técnica da Herbarium.

Ana Carolina Schwarz Kruger

ABIFISA/Catarinense Pharma

Possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela PUC-PR (2000), MBA em Gestão Empresarial FGV-SP, MBA em Gerenciamento de Projetos FGV-SP. Atualmente é diretora de Pesquisa e Desenvolvimento e Operações no Catarinense Pharma, Industria farmacêutica nacional especializada em Fitoterápicos e Suplementos Alimentares, com 23 anos de experiência na área de desenvolvimento de produtos.

Inscreva-se preenchendo os campos

Após o preenchimento do formulário de inscrição você receberá uma confirmação pelo e-mail, com orientações de como inscrever-se antecipadamente para o Workshop pela plataforma Zoom.

Inscrições encerradas

Agradecemos seu interesse! Para ficar por dentro dos próximos eventos, siga-nos nas redes sociais: